
Como as mudanças ambientais ocasionadas nas últimas décadas podem intervir na saúde das crianças?
Nas últimas décadas o meio ambiente e os hábitos alimentares sofreram mudanças. A poluição do meio ambiente por agentes químicos e o consumo de alimentos industrializados aumentaram consideravelmente. Estudos relacionam estas modificações ambientais e alimentares com o aumento de doenças como asma, câncer, com o aumento de distúrbios neurológicos e comportamentais e com a maior prevalência de malformações congênitas.
As crianças são extremamente vulneráveis a todas essas mudanças. O organismo da criança necessita de mais água, alimentos e respira maior quantidade de ar por unidade de peso corporal. Além disso, sua capacidade de destoxificar alguns agentes químicos é menor. Em vista disso, o cuidado com a alimentação e com o meio em que a criança vive é fundamental para evitar o desenvolvimento de doenças.
Seguem alguns exemplos de contaminantes e suas consequências para a saúde das crianças: Chumbo A contaminação pode ocorrer pela canalização, fertilizantes do solo, alimentos enlatados, utensílios e panelas (chumbo na cerâmica e na tinta), tintas utilizadas em embalagens plásticas, ossos de animais, tinturas de cabelo, lápis,
Consequências da contaminação: apatia, infecções respiratórias, anemia, baixos escores de QI, dificuldades de expressão verbal, autismo, distúrbios de atenção e comportamentais.
Mercúrio O mercúrio está precipitado em rios e oceanos e a contaminação por este metal pode ocorrer pelo consumo de filé de atum, arenque e cação, além do peixe espada, cavala e tubarão. O mercúrio está presente em fungicidas e inseticidas, lodo de esgoto para fertilização, lâmpadas fluorescentes, interruptores, alguns termômetros, amálgamas dentárias e vacinas.
Consequências da contaminação O mercúrio é toxico para o sistema nervoso em desenvolvimento podendo causar impactos na inteligência, desempenho reduzido nas áreas de linguagem, atenção e memória.
Pesticidas Os pesticidas podem causar, por exemplo, alterações nas conexões neuronais e ocasionar distúrbios neurocomportamentais. Além disso, podem causar alterações no sistema reprodutor, no fígado, nos rins e no coração.
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) Os HAP são liberados a partir da queima do carvão, madeira, lixo, tabaco, derivados de petróleo e alimentos. Consequências da contaminação: Os Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são contaminantes de água, planta, solo e animais e seu excesso pode ocasionar alterações hepáticas, alterações tireoidianas e câncer.
Aditivos alimentares
Os aditivos alimentares como os corantes, conservantes, estimulantes, adoçantes, realçadores de sabor são amplamente utilizados nos alimentos industrializados. Estes aditivos podem acarretar danos à saúde como: urticária, asma, câncer, alergias, distúrbios tireoidianos e neurológicos.
SILVA, Carlos A. M e FRUCHTENGARTEN Ligia. Riscos químicos ambientais à saúde da criança. J.Pediatr; (5supl): S207-211, 2005 HAMILTON, P B. Toxic Overload, 2005 POLONIO, MLT; PERES, F. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v 25 n.8, pg 1653-1666, ago 2009.
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